As estruturas em gabiões apresentam excelente desempenho quando utilizadas como contenção, principalmente devido à flexibilidade, permeabilidade e monoliticidade dessas construções. Contudo, outro fator positivo dessas estruturas também deve ser explorado, sua versatilidade arquitetônica.
Em uma visão simplificada, os gabiões podem ser descritos como invólucros metálicos preenchidos com pedras, de modo que essas pedras determinam qual será o caráter estético dessas estruturas.
As pedras comumente utilizadas no preenchimento dos gabiões são os basaltos, que apresentam uma coloração cinza escura, e os granitos, de coloração cinza clara a branco gelo, pois ambas possuem alta resistência mecânica e são facilmente encontradas.
Nos casos onde a viabilidade econômica se torna um fator primordial, o preenchimento dos gabiões pode ser executado com outros materiais, como escórias de alto forno, resíduos de construção civil e materiais de demolição, desde que esses não apresentem características friáveis (degradação devido à exposição ao tempo).
Já em casos onde o aspecto arquitetônico é um fator determinante, rochas com cores, formas e texturas diferenciadas podem ser utilizadas, transmitindo essas características à estrutura
Além dessa variabilidade provocada pelo preenchimento com materiais diversos, outro fator positivo em relação aos gabiões é a possibilidade de se construir estruturas de diversos formatos e volumes, que muitas vezes são mais indicadas para uma perfeita integração da obra à paisagem local e ao projeto arquitetônico e paisagístico.
Essas paisagens compostas por gabiões são, geralmente, de caráter urbano, como na construção de canais e muros, porém podem ser de caráter residencial, como em casas, condomínios e clubes.
Assim, da mesma maneira que as construções em gabiões se adeqüam perfeitamente à natureza, essa solução, projetada basicamente para fins estruturais, transforma-se em um incremento arquitetônico e paisagístico diferenciado nos ambientes urbanos.